O IBGE lançou recentemente a PNAD TIC mostrando que, em 2014, os celulares tomaram o
espaço dos microcomputadores para o acesso domiciliar a Internet, oficializando assim o que
já vivemos em nossas casas.
É natural perceber os celulares à vista e em mãos nos almoços de família e jantares ou
reuniões entre amigos. Distribuir a senha de wi-fi para quem chega a sua casa é quase regra.
Quem nunca assistiu a um programa de tv comentando tudo o que acontece em grupos de
Whatsapp ou pelo Twitter? Quem nunca se perdeu em conversas pela Internet do celular
durante aquele encontro com a galera?
Podemos até listar algumas razões para a nossa mudança de comportamento nessa época em
que redes sociais são entendidas como conexões digitais entre pessoas:
- O avanço tecnológico dos smartphones nos possibilitou ter o mundo nas mãos sem a
demora de um processador ou o peso e volume de um computador;
- Com os celulares estamos livres para continuar conectados em qualquer canto da casa.
Seja no sofá enquanto assistirmos a televisão, na cozinha para checar a receita que
você viu no perfil daquele seu amigo das mídias digitais, no quarto e até no banheiro.
- Estamos cansados de trabalhar durante todo o dia em computadores de mesa ou
notebooks e eles são (quase) tudo o que não queremos ver quando chegamos as
nossas casas enquanto os celulares são, em muitas ocasiões, as melhores companhias
nos transportes públicos, durante os trajetos de ida e de volta;
- Trabalhamos pelo celular! Eles ampliaram nossa jornada semanal e com ele estamos à
disposição a qualquer momento e em qualquer lugar;
- Com o acesso via celular, podemos fazer contato com quem queremos via aplicativos,
e publicar comentários sobre tudo o que acontece para pequenos grupos ou grandes
mídias. Tudo isso sem verbalizar oralmente (ou oralizar) uma só palavra.
Para nós, profissionais de comunicação, essas mudanças são tão naturais que é quase
impossível pensar que alguns planos e estratégias profissionais não levem em conta a
adaptação para celulares. É inadmissível que um site não seja responsivo, ou que as imagens e
vídeos não sejam compatíveis com as telinhas.
Mas, muito além de adequar tamanhos de peças ou tecnologias responsivas é preciso
conhecer o comportamento dos consumidores de nossas marcas e serviços diante desse canal.
Que tipo de informações estamos consumindo pelos celulares? Quais conteúdos nos chamam
mais a atenção? O que queremos encontrar quando pegamos o celular nas mãos?
O avanço tecnológico nos faz consumir mais informações e por isso somos bombardeados.
Aceitamos e excluímos conteúdos na mesma proporção. Muitos de nós ainda insistem em
tratar consumidores como massa quando o que temos hoje são pessoas buscando
relacionamento e ser mais do que apenas um número. Essa é a diferença da época.
A chave de mudança, para fazer isso acontecer, é prestar a atenção no que queremos como
consumidores. Isso certamente nos fará melhores comunicadores e facilitará a nossa eterna
busca por resultados.
Estamos na era do conhecimento, do compartilhamento e da colaboração. Queremos ser parte
de tudo e não mais sermos atingidos por alguns.